Lembrei do tempo em que corria descalço na terra molhada, brincava na chuva, não me importava com o que as pessoas achavam, bastava ser eu mesma, e podia ser qualquer coisa, uma astronauta, uma bailarina, um astro do rock, até mesmo uma simples dona de casa ... Um tempo em que para ser feliz bastava uma boneca e um amiguinho. Conhecia outras crianças e cinco minutos depois éramos melhores amigos, tudo era tão simples.
Não tinha maldade, nem preocupações, a vida era uma festa ... Saudade daquele tempo em que chorava longe da mãe e de quando amanhecia acordada na noite de natal esperando papai Noel chegar, mais acabava sempre adormecendo, e no dia seguinte lá estava o presente deixado pelo bom velhinho.
Eram as pequenas coisas que me faziam feliz, um simples beija-flor na janela já era uma alegria. Olhava para o céu e via aquelas lindas nuvens e imagina que elas fossem feitas de algodão-doce, ou então quando me deitava sobre a grama e buscava imagens nas nuvens, às vezes eram pássaros, peixes, anjos, ou animais, mais sempre eram algo.
Acreditava em tudo e todos, não tinha desconfiança de nada, cujo o único medo era do escuro e o bicho papão no telhado. Sonhava em um dia crescer e finalmente chegar a fase adolescente, a fase que julgava ser a mais divertida. E agora que enfim cheguei , já não acho que a vida seja uma festa , estou sempre me preocupando com a opinião alheia, e já não dou tanto valor as pequenas coisas, e agora sonho em me tornar um adulto.
Enfim aprendi que nunca damos o valor merecido as coisas e agora tenho a sensação de que era feliz e não sabia.
Vou seguindo em frente com as lembranças da criança feliz que um dia fui, e com a certeza de que quando0 chegar a fase adulta irei me lembrar da adolescente insegura, cheia de medos, questões e incertezas e vou sentir falta dessa fase pela qual passo agora, em que tento desvendar os mistérios da vida.
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